quinta-feira, janeiro 19, 2006

A Razão do Provérbio (I)

Proverbios I

Já repararam que todos os provérbios populares que conhecem foram escritos (ou ditos) antes de vocês terem nascido? Alguém se lembra de algum provérbio popular do ano passado? Não é preocupante? Será que o povo ficou estúpido e deixou de «proverbiar» no momento em que vocês nasceram? Será que a culpa é inteiramente vossa? Foi a pensar neste actual deserto de sabedoria popular que decidi criar alguns provérbios para 2006. Assim já poderão dizer que são contemporâneos de uma série de provérbios populares, que os viram nascer, que encheram a boca com eles, e que afinal a sabedoria popular não levou o mesmo destino de José Sócrates.
E aqui vão eles:

«Não subestimeis a micose da bolsa testicular alheia, pois ela não faz ideia do que é um salário honesto.»
Provérbio dedicado a todos aqueles que engrossam a fila do subsídio de desemprego e que se recusam a trabalhar para contribuír para alimentar uma turba de preguiçosos igual a eles.

«Se não consegues perceber o que se está a passar é porque finges que trabalhas na Função Pública.»
Provérbio dedicado a todos os dedicados funcionários dessa abstracção incómoda que é o Estado.

«Mais vale avião que me leve do que comboio que me trucide.»
Provérbio que versa sobre a corrupção política e imobiliária à mistura com vertigens de grandeza desajustada.

«Aluno a aluno enche o reitor o bandulho.»
Não, não é sobre a Casa Pia, é sobre o ensino privado em geral.

«A Porsche oferecido não se declara o imposto.»

Dedicado à corrupção empresarial. Funciona também com Jaguar, Mazeratti e Ferrari.

«Faças bem ou faças mal, terás sempre uma reforma genial.»
Provérbio dedicado a todos os nossos gestores públicos.

«Quem muito bronzeado quer estar, em muita greve terá de participar.»
Dedicado a todos os que temem perder o seu tacho.

«Se queres que o teu saldo dê um pulo, lembra-te de arranjar um saco azul.»
Dedicado às pequenas políticas autárquicas.

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