sexta-feira, março 31, 2006

A Razão dos Blogueiros de Leilá

blogueiro de leilá
Um dos mistérios da religião ocidental são as testemunhas de Jeová. Não percebo aquela malta e porque diabo andam aos pares a tentar converter pessoal num sistema aleatório de door to door. Acreditarão estas criaturas (normalmente simpáticas e inofensivas velhinhas de bíblia numa mão e panfletos religiosos na outra) que alguém se torna testemunha de Jeová só porque elas vão lá a casa? Era mais fácil tornar-me carteiro, homem do gás, ou técnico do piquete da EDP.
A mim faz-me alguma confusão que alguém ande de porta em porta a vender aquilo que acreditam ou que pensam, como se tratassem de uns vulgares e impertinentes caixeiros viajantes, daqueles que metem o pé na porta e que não o tiram enquanto não despejarem a lengalenga toda que já decoraram e que recitam monocordicamente com aquele ar de que já disseram tanta vez, que tudo aquilo entrou em piloto automático.
Uma coisa é certa, as testemunhas de Jeová inspiraram uma recente moda na blogosfera: os blogueiros de Leilá. Um blogueiro de Leilá é normalmente um tipo que se farta de escrever num blog que ninguém visita (e que por isso ninguém comenta). Chateado por ninguém lhe dar atenção, o blogueiro de Leilá irrompe selvaticamente nos blogs alheios e despeja o conteúdo do seu último post na caixa de comentários mais próxima, tipo «já que não vais lá ler o que eu tenho para dizer, aqui estou eu, de pé na porta do teu blog, a despejar a minha última convulsão intelectual. Leilá isto.» E zunga, despeja na caixa de comentários um chorrilho de disparates banais sem sentido nenhum, que aliás é a razão do seu miserável blog não ter visitas nem comentários.
Será que estas alimárias ainda não perceberam que ninguém quer saber o que diabo escrevem no seu blog? Será que estes estreptococos alucinados gostariam que eu contratasse um camião e despejasse à porta das suas casas todo o lixo (não separado) que produzo num mês? Porque é exactamente isso que os blogueiros de Leilá fazem na blogosfera. «Leilá a merda que eu escrevo, pá!».

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