quarta-feira, junho 22, 2005

A Razão dos Maçons

macons
A malta receia aquilo que desconhece. Quanto mais secretismo e mistério se promover em torno de qualquer coisa, mais respeitinho se tem por essa coisa. Foi com base nesta premissa básica da natureza humana que se criaram as lojas maçónicas. Sempre envoltas num mistério cabalístico, as lojas maçónicas e os seus incógnitos membros são alvo das mais variadas especulações: conspiração mundial para colocar os seus membros nos lugares-chave do poder político e económico; tráfico de influências; festas pagãs envolvendo virgens bêbedas e desnudas; práticas impronunciáveis com animais de pequeno porte; embalamento de frutas escamosas sem recurso ao vácuo; e outro tipo de actividades que, na realidade, nada estão relacionadas com a razão de ser maçon (ou pedreiro-livre, se quiserem).
A verdadeira razão da maçonaria é algo de muito mais simples, embrulhada, por uma questão de marketing e credibilidade, num conjunto de rituais e vestimentas ridículas, com o objectivo de intimidar o mais incrédulo. Na realidade o objectivo do maçon é ter uma desculpa para deixar a mulher em casa e ir passar umas horas descontraídas com os amigos, em amena (e por vezes, alarve) cavaqueira. Algumas lojas admitem mulheres, mas nunca as dos próprios sócios (porque será?), embora a maioria das lojas se constituam seguindo escrupulosamente os estatutos do Clube do Bolinha.
Detentores de uma imaginação prodigiosa, os maçons estão na base do progresso social e são responsáveis por uma série infindável de invenções que tiveram como único objectivo fazer com que as suas mulheres não os controlem, nem os chateiem. Alguns exemplos:
No início do século XX inventaram o Country Club – um sítio de acesso exclusivo a indivíduos do sexo masculino onde podiam passar o fim de semana a comer, a beber e a jogar que nem uns javardos.
Anos mais tarde inventaram o Golfe. Na altura jogar golfe consistia apenas em enfiar a bola num único buraco. Como aquilo durava muito pouco tempo inventaram o green com 18 buracos – podiam estar uma tarde inteira a jogar uma única partida entre amigos e sem as mulheres.
Nos anos 30 inventaram o Chá das Cinco. Elas ficavam entretidinhas a preparar e a fazer o chá para as amigas e eles bazavam para se divertirem que nem uns perdidos.
Como o Chá das Cinco tinha uma duração muito reduzida, pensaram numa maneira de o alargar. E assim, nos anos 40 fizeram um upgrade inventando as Reuniões de Tupperware que tinham lugar antes do Chá das Cinco.
Nos anos 50 inventaram os Salões de Cabeleireiro. Nos anos 60 foram mais longe e inventaram o Movimento de Libertação das Mulheres (enquanto elas participavam nas reuniões e manifestações eles iam à sua vidinha fácil).
Nos anos 70 inventaram os cartões de crédito. Lá iam elas todas satisfeitas às compras estoirar o plafond dos cartões.
Nos anos 80 decidiram circunscrevê-las num determinado espaço, para melhor as controlar, e inventaram os Centros Comerciais.
Nos anos 90 inventaram a Internet e as Compras Online (que reduziram drasticamente a taxa de infidelidade das décadas anteriores porque elas já não precisavam de saír para ir às compras).
Na actual década inventaram o Investimento no Brasil, e lá vão eles em grupo «fazer negócio para a sua Empresa Brasileira» enquanto elas ficam por cá a tratar da casa e dos filhos.
Naturalmente que têm que ser secretistas e misteriosos. Estariam completamente lixados se não o fossem. Deixem lá os gajinhos a curtir em paz...

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