quinta-feira, dezembro 23, 2004

Razões Religiosas

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E de espada em riste fomo-nos a eles que nem uns leões em nome do Senhor. No final do dia, olhando vitoriosos para o campo de batalha pejado de sarracenos caídos em batalha, alegramo-nos e rezamos ao Senhor por mais uma conquista em nome Dele. A seguir fomos experimentar as sarracenas enquanto comíamos tâmaras.

Relato de campanha do cavaleiro e cruzado Philip Augustus, in "Cruzadas na terra Santa", 1105.

A religião, seja ela qual fôr, sempre esteve presente ao longo da história da humanidade, assumindo as mais distintas formas, em tempo também eles distintos. Costumo dizer que nós, portugueses, tivemos o azar de nos calhar a religião cristã, coisa que normalmente escandaliza os meus amigos mais tementes e que normalmente acaba em tristes cenas de pancadaria selvática, à boa maneira cristã.
Tivemos o azar de nos calhar os cristãos porque, na realidade, estes gajos são (nas suas mais díspares variantes) os tipos que mais contribuiram para o embrutecimento da nação, colocando sempre à frente valores mais materiais do que espirituais. E o mais grave é que se safaram!
Uma religião que fala em dar a outra face e que em diversas alturas da nossa história é a principal responsável pelo massacre de outros povos e culturas, só pode estar a gozar perdidamente connosco. Uma religião que observa 10 mandamentos mas que não respeita nenhum deles está completamente a achincalhar-nos. Uma religião que dita se usamos ou não preservativo (quem são esses gajos para me dizerem o que devo colocar à volta da minha... adiante!). Uma religião que chantajeia os seus crentes com um inferno, um purgatório e um “céu”, e que simultaneamente se dá a si própria a autoridade de dizer quem vai para onde, não pode ser considerada uma religião, mas tão somente um centro logístico de distribuíção de almas gerida com base em premissas, no mínimo, duvidosas. Mal por mal preferia ser fundamentalista islâmico: não andaria por aí com mariquices falsas de “dar estoicamente a outra face”, e no final teria uma centena de virgens à minha espera, quer fosse no paraíso, na República do Butão, ou em qualquer sítio a meia luz com uma superfície almofadada.

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